Pós Jogo - Saints 12x10 Cowboys: A vitória (im)possível

Voltamos!

E voltamos com 3 vitórias e apenas uma derrota. Mesmo sem Drew Brees, o New Orleans Saints descobriu que é possível se apoiar na defesa para ser feliz. E mais uma vitória impossível que se tornou real.

"Esse é o nível que devemos jogar. Não é porque Drew está fora ou quando Drew voltar".

Essa frase de Cameron Jordan interrompeu a pergunta de um jornalista sobre o desempenho defensivo. É verdade, mas não vinha sendo assim. Durante as últimas temporadas, a defesa do Saints tinha momentos brilhantes, mas não carregava o time. Até porque não precisava. Na hora que a situação ficava complicada, Drew Brees segurava as pontas. Só que agora (por enquanto) não tem mais Brees.

"Nós colocamos isso em nossos ombros", disse o linebacker AJ Klein sobre achar maneiras de vencer com Brees fora. "Nós abraçamos esse desafio. Saímos de L.A. com um gosto ruim na boca. Nós colocamos as coisas pra cima em Seattle e agora, óbvio, é o jogo mais completo que tivemos inteiramente na defesa. Nós apenas precisamos continuar construindo esse momento".

A defesa foi precisa e praticamente impecável. O running back do Dallas Cowboys, Ezekiel Elliott, teve uma das piores performances da carreira. A média de 1.9 jarda por corrida foi a segunda menor da carreira. O total de 35 jardas foi o terceiro pior. O Saints chegou ao 30º jogo seguido sem ceder 100 jardas para um running back.

No outro segmento, o Saints limitou o recebedor Amari Cooper para cinco recepções para 48 jardas, deixando ele longe da endzone para primeira vez nessa temporada. Dak Prescott, o quarterback do Cowboys, teve 223 jardas e uma interceptação, para o fraco rating de 76.8.

A principal jogada que marca essa defesa do Saints é a última. Em um hail mary, o time não manteve todo mundo na secundária para desviar a bola. O coordenador defensivo Dennis Allen escondeu um jogador (Chauncey Gardner-Johnson) que foi para a blitz, forçando Prescott a lançar a bola mais rapidamente e, claro, sem força para chegar na endzone.

"É uma pressão em zona", explicou o técnico Sean Payton. "Eu queria que nossos caras tivessem uma foto do que aconteceu na jogada anterior para saber o que esperar. Nós tínhamos dois tempos para pedir. Pedimos um apenas para ter essa foto e voltarem para o huddle. Eles estavam com pouca proteção e a bola teve de sair rapidamente".

Mas ao mesmo tempo que a derrota não é sinal de que tudo está ruim, a vitória também tem suas falhas.

O ataque mais uma vez mostrou fragilidades. Principalmente na linha ofensiva. O time cometeu pelo menos uma falta nas quatro primeiras posses de bola. Na quinta, o time simplesmente gastou tempo para chutar um field goal com o relógio no fim do 1º tempo. No segundo tempo, o time conseguiu ficar 9 minutos sem cometer uma falta, mas aí Andrus Peat cometeu a quinta falta da linha ofensiva, sendo do quarto titular diferente da OL.

"Nós não podemos continuar nos colocando nessas situações de 1ª para longa, 2ª para longa", disse Terron Armstead, que teve a sua falta cometida no primeiro drive do jogo. "Muitas dessas faltas vão nos tirar do campo. Nós precisamos melhorar".

"Não me importo quem cometeu a falta, só penso que vai ser difícil passar por cima dessas várias faltas", disse Sean Payton. "Isso precisa ser ajustado. Isso vai ser ajustado - eu te prometo. É muito difícil passar por cima disso. Nós precisamos melhorar".

E para terminar, uma citação honrosa ao trabalho de Teddy Bridgewater. Na ingrata posição de substituto de Drew Brees, Bridgewater cometeu alguns erros, mas se mostrou bom o suficiente para conduzir o time a uma vitória importante. Apesar do desempenho horroroso do ataque na redzone.

"Eu baseio tudo nos meus últimos anos", disse Bridgewater. "Nos últimos anos eu tive zero estatísticas. Em cada espaço de cada coluna estava um zero, mas tinha uma estatística que me levantava nos últimos anos: a das vitórias. Sou um vencedor na vida. E agora encaro o jogo com esse pensamento. Eu não estou jogando por números. Não quero impressionar ninguém. Peço desculpas para os times de fantasy que me escolheram e querem que eu jogue assim. Eu jogo pelos caras que estão no vestiário. Nós todos estamos vindo para o estádio com uma coisa na cabeça que é vencer os jogos e ajudar a vencer.  Eu entendo que a liga envolve números e essas coisas, mas o número mais importante é o de vitórias e a coluna de vitórias. Fomos capazes de vencer dois jogos contra oponentes muito difíceis. Os primeiros quatro jogos da temporada foram contra times que estarão nos playoffs e saímos dela com 3-1. Eu não poderia me importar menos com os outros números".

No intervalo de jogo, Teddy recebeu alguns conselhos de Drew Brees.

"É sempre bom ver o Drew", completou Teddy. "É bom poder fazer algumas perguntas para ele, tipo 'O que você está vendo agora?'. Como eu disse na última semana, ele mencionou comigo no intervalo: 'Hey, os passes completos estão bons. Apenas acerte os passes. Explore os matchups como vem explorando e apenas jogue rápido'. Tê-lo aqui é um grande ganho para todos nós".

Aliás, Brees ficava mexendo o polegar operado na lateral do campo. Os mais animados dizem que o movimento está melhor do que a expectativa para quem operou há pouco tempo. A previsão inicial é de seis semanas, mas o quarterback está utilizando as melhores práticas e tecnologias para retornar o quanto antes.

Enquanto isso, nós vivemos com a defesa. E estamos ganhando com ela.

#WHODAT

Comentários

gabriel disse…
Irada a matéria! Permaneça com o bom trabalho
André Leon disse…
Essas duas vitórias contra Seattle e Dallas foram importantíssimas pra dar moral pro time.

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