Pós Jogo - Saints 14x33 Panthers: Irritação e coincidência com 2009


Não há muito o que falar sobre a derrota, a não ser que ela fez com que o Saints tenha repetido parte da história de 2009, ano que vencemos o Super Bowl. Mas, mesmo que não tenha nenhum valor, a derrota deixou algumas irritações que serão corrigidas nas próximas duas semanas.
Foi um amistosão. Eu diria que estávamos na semana 17 da pré-temporada. Dos titulares, Drew Brees e Alvin Kamara sequer colocaram o shoulder pad. E nesse clima de trabalho no meio de um feriado prolongado, o New Orleans Saints quase foi chutado pelo Carolina Panthers. Quase. Os 14 pontos do time vieram no 4º quarto.

"É fácil de avaliar. É só olhar o vídeo. Podemos girar da forma que quisermos. Nós não jogamos bem", comentou Sean Payton. "Nós podemos colocar nossa culpa aqui. Isso começa comigo e nós vamos fazer as correções necessárias, mas nós não jogamos bem. Créditos para Carolina. Eles vieram prontos para jogar".

De fato perder para o terceiro quarterback do Carolina Panthers é um fato difícil de aceitar, mas todos os aspectos que envolvem a partida nos faz relativizar tudo. Mas no Saints isso não será relativizado.

"Isso é o que é. Nós não jogamos bem e estamos irritados com isso", reforçou Payton. "Você não pode vir aqui e dizer que isso vai ser uma boa experiência. Nada sobre isso é bom. É desapontante. Eu disse a mesma coisa para os jogadores. Você pode mudar isso para a forma que quiser, pode tentar o que você quiser. Isso não funciona no fim. Existem algumas coisas que precisamos melhorar. Técnicos e jogadores. É tudo sobre nós. É nossa obrigação (manter a motivação). Esse é nosso trabalho. Nós não podemos ficar ligando e desligando e decidindo quando você quer funcionar. Esse jogo nunca foi e nunca vai ser assim".

"Eu não gostei e acho que ninguém gostou", disse Sheldon Rankins. "Nós vamos assistir, crescer a partir disso. Vamos construir e ficar pronto para os playoffs".

Mas Jeff Duncan, colunista do nola.com, nos alerta de algo muito importante: Sean Payton gosta de criar crises quando as coisas estão boas. Ele aprendeu isso com Bill Parcels e tem nessa tática uma forma de manter o controle quando há algum temor de que o bom desempenho possa subir à cabeça dos jogadores. Em 2009, a famosa crise criada por Sean Payton foi quando uma série de jogadores chegaram atrasados no dia de atendimento à imprensa, quinta-feira antes do Super Bowl. Agora, Payton não precisou criar uma crise. Ela foi providenciada para Sean.

"Eu estou sem palavras. Estou irritado. Estou realmente irritado", começou Cam Jordan. "Eu sinto que somos imbatíveis quando jogamos nosso melhor. Hoje, não jogamos nosso melhor. E eu estou irritado com isso. Eu não estou excitado e nós não entramos nos playoffs com o melhor pé. Nós estávamos provando evolução em todos os jogos e não penso que mostramos isso nesse jogo".

E para um jogador específico essa partida foi especial. Teddy Bridgewater. O quarterback voltou a ser titular na temporada regular pela primeira vez desde a grave lesão no joelho que fez o atleta perder duas temporadas. Visto como um possível substituto de Drew Brees, Teddy teve momentos bons e momentos ruins, claramente afetado pela falta de ritmo de jogo. Terminou a partida acertando 14 de 22 passes, 118 jardas, um touchdown e uma interceptação, alem de correr quatro vezes para 12 jardas.

"Foi um momento realmente legal estar de volta. Fazia muito tempo", disse Bridgewater. "Não foi o resultado que queríamos, mas tive um desempenho decente dentro das circunstancias. Eu sinto que poderia ter feito algumas coisas melhor. Estou orgulhoso dos caras que estiveram aqui hoje. Dwayne (Washington) correu bem. Os caras na frente também fizeram um bom trabalho sem algumas peças e revezando outras".

Como disse Bridgewater, a partida também foi especial para Dwayne Washington. Nosso terceiro RB conseguiu mais de 100 jardas em um jogo pela primeira vez na carreira. "Provei que também posso fazer isso. Foi enorme a possibilidade de correr 100 jardas pela primeira vez", disse o jogador.

Alem dele, o WR Michael Thomas também teve um jogo especial, quebrando o recorde da franquia em jardas recebidas em uma temporada. Joe Horn em 2004 teve 1399 jardas. Thomas chegou nas 1405 jardas no domingo. Alem disso, ele lidera a liga em recepções com 125. É a primeira vez desde 1969 que um jogador do Saints termina a temporada liderando a NFL nessa estatística.

"Ele tem vários outros números mais significantes para acontecer na carreira", disse Sean Payton. "Ele é fantástico para nós. É bom vê-lo atingir um objetivo desses. Para ele, tudo se trata de vencer".

"Eu apenas quero ser julgado pelo que faço a cada ano", disse Thomas. "Eu apenas continuo lutando em campo jogada a jogada, em qualquer chance que apareça e dando esforço para que o time vença. Eventualmente boas coisas podem acontecer e eu consegui isso".

Agora, o foco está nos playoffs. E pensando nisso, perder para o Carolina Panthers trouxe uma coincidência curiosa. Em 2009, o Saints foi para os playoffs como seed 1, com um recorde 13-3, perdendo para Tampa Bay Buccaneers, Dallas Cowboys e Carolina Panthers. Igualzinho 2018. Coincidência?

"Eu não acho que 2009 tem alguma relação com hoje", disse o punter Thomas Morstead. Ele é um dos três jogadores que estavam naquele elenco campeão. Drew Brees e Jermon Bushrod são os outros dois. "Nós jogamos para vencer esse jogo (contra Carolina) e não jogamos bem o suficiente para isso. Eu não acho que teremos os jogadores certos no vestiário quisermos racionalizar o fato de não jogar bem".

De folga na semana de repescagem (wild card), o Saints irá enfrentar no divisional o time que classificar com a pior seed. Pode ser o Philadelphia Eagles (6), Seattle Seahawks (5) ou Dallas Cowboys (4). O Eagles irá enfrentar o Chicago Bears enquanto Cowboys e Seahawks se enfrentam. Seja quem for, serão duas semanas para encher o tanque e partir para a corrida final rumo ao titulo.

Preparem seus corações porque a emoção ainda nem começou.

#WHODAT

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