Pós Jogo - Saints 12@09 Panthers: Ataque? Que ataque?


Vencemos.

E vencemos com a empolgação de um seco ponto final. Vitória irritante de um time irritante e que está apoiado na defesa (até aí tudo bem). A linha ofensiva está quase toda no departamento médico, os recebedores não conseguem ficar livres, Drew Brees toma péssimas decisões sem força no braço e o técnico Sean Payton está com dificuldades em lidar com isso.

Para começar, faremos um resumo do que o ataque do Saints jogou nessa partida:








Ok, agora vamos falar da defesa.

O desempenho defensivo que já mostrava evolução, impressionou. Sólida, a defesa dos Saints apenas cedeu 7 pontos em uma ótima chamada do adversário em uma quarta descida para duas jardas, onde o running back Christian McCraffey fez de conta que correria para a direita e lançou a bola para o TE Chris Manhertz, conseguindo 50 jardas e o touchdown. Tirando isso, a defesa foi um show de alto nível e consistência.

Destaque para dois turnovers extremamente importantes:


1) Eli Apple, faltando 18 segundos para o intervalo, faz uma marcação excelente contra o recebedor Devin Funchess, interceptando um passe na endzone e transformando uma potencial pontuação do Panthers em um touchback. Ali, o jogo estava 7x6 para o adversário.

2) Fumble forçado por Vonn Bell (aliás, que partida maravilhosa do Bell) em uma corrida para 22 jardas do DJ Moore. Ele teve velocidade para se recuperar na jogada, chegar por trás e dar um murro perfeito na bola. Outra potencial pontuação convertida em turnover.

"Eu sabia que eles iam tentar um passe aqui, vi ele correndo a rota e apenas tentei manter minha cabeça erguida para fazer a jogada", disse Apple sobre a interceptação. "Nós sabíamos que não seria fácil e que ainda tinha muita disputa pela frente".

"Nós fomos para o intervalo da defesa falando 'vamos lá fazer a jogada'", disse o safety Vonn Bell. "Fique em pé na pilastra e faça a jogada".

Além dos turnovers, a defesa do Saints segurou o Carolina Panthers em vários outros momentos importantes. Após o touchdown cedido, seguramos o Panthers para 9 jardas em 12 jogadas. No total, a equipe produziu quatro sacks, cinco tackles para perda de jardas e cinco passes defendidos. SCam Newton precisou lidar com constante pressão, acelerando passes e errando, como aconteceu na última jogada do Panthers na partida. 

E o desempenho não vem de agora. Nas últimas seis partidas, o Saints cedeu uma média de 12.3 pontos e 280 jardas. O time ainda teve 14 roubadas de bola e 28 sacks. Números absurdos e colocam a defesa de New Orleans como uma das melhores da liga.

"Nós estamos subindo, cara", disse Marshon Lattimore. "Nós pegamos aquele estilo do ano passado. Como eu te disse no começo da temporada, nós precisamos construir a cada jogo, melhorar a cada partida, e é isso que estamos fazendo.  E agora o sentimento é não deixar ninguém marcar pontos contra nós. Esse é nosso trabalho duro".


Cameron Jordan, que foi protagonista durante a semana após ser citado por SCam Newton na provocação feita em 2017 (enviou vinho e alguém não identificado mandou uma vassoura após três vitórias contra o Panthers na última temporada), estava extremamente feliz com a vitória e dizendo que o tema da temporada é "superar as expectativas". "Eu amo a forma como nossa defesa melhora", disse Jordan. "Eu amo a forma como a defesa toma o campo e, honestamente, se há algo que podemos admitir é que estamos melhorando a cada semana. Mas, ao mesmo tempo, ainda tem muito espaço para evoluir".

"Como eu sempre digo: 'Não queremos ser um espetáculo a parte'", disse o DT Sheldon Rankins. "Nós não queremos ser a parte do time que carrega todo mundo em direção ao campeonato. Nós queremos ser a razão que possibilita levantar o Lombardi Trophy em Fevereiro".

Mas para o troféu ser levantado, a outra unidade do time precisa voltar a atuar. O ataque mais uma vez teve dificuldades e pelo terceiro jogo seguido foi carregado pela defesa. Tirando o jogo corrido, que apesar de todos os problemas na linha ofensiva ainda conseguiu 155 jardas em 32 carregadas, o ataque estava travado com poucas opções livres para um Drew Brees sem inspiração e força. Várias decisões erradas fizeram a equipe perder jardas; seja em screens mal chamadas, em passes mal escolhidos ou recebedores inseguros. O ataque entrou no 4º quarto da partida combinando para 44 pontos nos últimos três jogos. Entre as semanas 9 e 11, o ataque fez 44 pontos POR JOGO.

"Sem dúvidas", respondeu Drew Brees quando questionado se o ataque precisa melhorar. "Existe alguns detalhes, algumas coisas que precisam ser arrumadas. Eu estou confiante que vamos fazer isso. Eu sinto que sabemos o que precisa ser feito, então eu olho para o futuro querendo voltar ao trabalho".

E um dos pontos que precisam ser melhorados é Drew Brees. Ele errou alguns passes. A interceptação lançada em direção à Dan Arnold colocou o TE em uma posição difícil. Claro que Arnold precisa conseguir a recepção - a bola bate em suas mãos - mas é uma jogada que qualquer desvio é fatal. Como foi. Ele ainda teve uma decisão bem questionável em lançar uma bola para Michael Thomas em uma terceira descida em que o recebedor estava com marcação dupla ou um passe alto e ruim para Tre'Quan Smith em uma terceira descida no terceiro quarto. A pior decisão de todas foi lançar uma bola em um bolo de jogadores do Panthers na conversão de dois pontos.

"Você age como em uma quarta descida e pensa 'Hey, eu vou lançar a bola para dar a chance à alguém", disse Brees sobre a jogada. "Mas não pode ser a ponto de você dar a bola para alguém do outro time correr de volta e fazer dois pontos".

O ataque também sofre com problemas na linha ofensiva. T Terron Armstead está praticamente livre para jogar, mas vem sendo poupado para os playoffs. O center Max Unger  deixou o jogo com concussão e Jermon Bushrod aparentemente sofreu uma lesão muscular. Isso fez o ataque terminar a partida com Andrus Peat de left tackle, Cameron Tom como center e Will Clapp como guard. Aliás, Clapp, que é rookie e não atuou em 13 partidas do Saints na temporada, conseguiu boas jogadas e chamou a atenção positivamente.

"Se você me dissesse quando eu era criança que estrearia na NFL em uma segunda-feira a noite, eu não iria acreditar", disse Clapp, que foi draftado na 7ª rodada do Draft de 2018. "Foi tudo repentino. Eu ainda tenho algumas coisas para corrigir. Eu não jogava desde a pré-temporada. Eu estava super animado no hotel e não aguentava esperar para chegar aqui".

Outro ponto que chamou a atenção foi a habilidade do linebacker do Panthers, Luke Kuechly, reconhecer a jogada chamada assim que o Saints se colocava em campo. 

"Ele veio até mim e disse 'Vocês roubaram essa jogada de Cleveland hein?'", disse o G Larry Warford. "Sim, nós roubamos. Essa coisa que parece pequena mostra muito do tipo de jogador que ele é. Ele estuda o jogo. Ele é fora de padrão. E aí você precisa fazer a jogada de forma perfeita. Se ele sabe a  jogada, eu também sei. Nós todos sabemos a jogada. Você pega seu trabalho e faz o mais perfeito possível. Faz algo aconteceu. Você não consegue fazer muito além disso".

E isso abre a questão: O ataque está previsível? Todos sabemos que Sean Payton está guardando muita coisa para os playoffs, mas será que essa quebra de ritmo no ataque é apenas resultado de um treinador precavido guardando o melhor para o momento mais importante? E será que há tempo para corrigir o que precisa ser corrigido para recuperar o ritmo antes da pós temporada?

Ah! Me recuso a falar sobre a cagada de Tomylee Lewis. Errado é quem espera algo diferente dele.

Confesso que estou apreensivo, mas os últimos 12 anos me ensinaram que nunca devemos duvidar de Brees/Payton.

#WHODAT


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