Pós Jogo - Saints 51@14 Bengals: Teve jogo?


"Fui na geladeira pegar uma cerveja e quando voltei já tava 35!"

Essa reação é perfeita para o atropelamento que o New Orleans Saints aplicou contra o Cincinatti Bengals. Disputa mesmo teve apenas no primeiro quarto. Depois da segunda posse de bola do time da casa, que virou punt, só um time jogou. Serei obrigado a ser redundante: Vencemos, demonstramos força e mandamos mais um recado para toda a NFL.

"Nós tivemos o balanço que estávamos procurando", disse o técnico Sean Payton depois do jogo. "Eu senti que a corrida e o passe estavam se completando e tudo isso estava completando o que fazíamos defensivamente. Os números de terceira descidas na defesa estavam bons, nós estávamos aptos a sair do campo. Então, em tudo foi um jogo bem sólido".

Tudo funcionou. O jogo aéreo foi perfeito, o jogo corrido funcionou muito bem, até a defesa conseguiu ser sólida e forçar turnovers. Há uma lista de tudo que mostra como o Saints beirou a perfeição nessa partida:
  • O Saints pontuou em suas primeiras NOVE posses;
  • Fez touchdown em todos os cinco drives do primeiro tempo;
  • Converteu as primeiras 7 terceiras descidas;
  • Não deixou o Bengals converter nenhuma das primeiras 6 terceiras descidas;
  • A linha ofensiva não cedeu um sack pelo terceiro jogo consecutivo;
  • Drew Brees lançou o mesmo número de passes incompletos e touchdowns (3), terminando 22/25 para 265 jardas;
  • Cometeu apenas uma falta - um False Start cometido por Josh Hill no primeiro drive do jogo;
  • Thomas Morstead não chutou punt nas 10 posses ofensivas.
Mais um dia cheio de trabalho para Thomas Morstead

"Ainda bem que eu assinei minha renovação de contrato antes dessa temporada", brincou o punter Thomas Morstead. Todos sabem o quão ótimo ele é. Mas ótimo mesmo é não precisar dele. E o Saints não está precisando de seu punter.

A vitória desse domingo foi a maior da temporada, a segunda maior pontuação feita por um time da NFL na temporada e a quarta maior na história do Saints. Faltam elogios para destacar o time. O segundo quarto dominante arrebentou com o jogo, com o Saints marcando 28 pontos em apenas 15 minutos, cedendo ZERO. 

"Me senti bem", disse o quarteback Drew Brees. "Você está focado em uma jogada por vez.  Você quer ter a bola e tenta ser eficiente em tudo que você faz, seja correndo ou passando.  Nós fomos capazes de comer alguns minutos do relógio. É uma boa forma de estabelecer nossa presença na linha de scrimmage. Quando a defesa consegue turnovers, então somos capazes de aproveitar. Isso são big plays".

Não que precisasse, mas a interceptação do Marcus Williams no fim do segundo quarto retornada por 78 jardas foi a jogada que matou o jogo. Alias, a jogada é um exemplo do que foi o jogo.  Um Bengals dominado, sem forças, com Andy Dalton lançando uma bola sem força nem direção para a interceptação mais fácil da carreira do Safety.

"Eu não sei o que aconteceu", disse Marcus Williams. "Eu estava apenas tentando fazer a jogada, a bola estava no ar e eu a peguei. O credito vai todo para nossos caras que estavam fazendo seus trabalhos. A linha defensiva fez um bom trabalho indo atrás do quarterback, os linebackers com a cobertura, os corners também. Eu sinto que fomos dominantes. Sempre podemos ser melhores. Vamos assistir isso no filme. Sempre que vamos pro campo, não queremos que eles pontuem. Essa é nossa mentalidade".

O lance seguinte da interceptação foi um drive de seis segundos, uma jogada e um touchdown. Ali o jogo estava resolvido. O segundo tempo foi mais o ataque administrando o placar e se poupando para o restante da temporada. Até Teddy Bridgewater jogou. Até Dwayne Washington, nosso running back reserva (duvido que você sabia que ele existia), teve 11 carregadas para 48 jardas. 

Na defesa, além da interceptação de Williams, os Saints ainda conseguiram outra com Eli Apple, em uma bola desviada pelo Chris Banjo (outro reserva) que caiu no colo do cornerback. Como já disse 8 vezes no texto, foi um jogo perto da perfeição. PERTO.

"Não, não foi (perfeito)", disse Sean Payton. "Foi um bom jogo, mas não foi um jogo perfeito. Tem muitas coisas que precisamos trabalhar. Nós largamos algumas coberturas cedo, deixamos alguns caras abertos nas marcações 'homem', o QB foi acertado um pouco antes do intervalo. Olha, eu tenho certeza que tem um monte de coisas que gostamos, mas também existem várias coisas que precisam ser melhoradas".

S2
E entre tanta coisa QUASE perfeitas, três precisam ser destacadas:

1) Jermon Bushrod entrou em uma senhora fogueira e deu conta. Terron Armstead saiu pouco antes do intervalo com uma lesão no ombro (ainda não há informações sobre ela). Bushrod entrou na função de left tackle e foi muito bem, mantendo a segurança da linha ofensiva. Foi um momento especial pro jogador, que atuou pela primeira vez após a morte de sua filha (em inglês). "Eles me ajudaram", disse Bushrod sobre a recuperação do momento difícil. "Esse time, essa organização, eu não sei se eu estaria nessa posição se fosse outra organização. Essa organização fez tudo que era possível para ter a certeza que nós estaríamos confortáveis, eu e minha família. Eles foram corretos comigo e eu aprecio muito isso";

2) X. Vários jogadores comemoraram fazendo o X, comemoração tradicional feita por Dez Bryant, o recebedor que machucou o tendão de aquiles após um dia de treinos. "Dez, cara, ele chegou e imediatamente virou um de nós", comentou Mark Ingram. "Nós estávamos todos excitados sobre ele ser parte do time. Ótimo playmaker, bom rapaz e todos nós odiamos o que aconteceu sexta-feira. Nós apenas queríamos que ele soubesse que continua sendo parte de nós e estamos apoiando ele".

3) Drew Brees bateu, oficialmente, Brett Favre e é o segundo quarterback da história com mais touchdowns na liga. "Quando você joga tempo suficiente, essas coisas acontecem", disse Brees. "Eu me considero muito abençoado pela oportunidade de jogar esse jogo por tanto tempo. Eu amo esse jogo, amo esses colegas de equipe. Espero que tenha muito por vir".


Dito isso, o resto é aplausos. O time encontrou outra forma de vencer: atropelando. É estranho ganhar sem sofrimento. Não é algo que a gente esteja acostumado, mas é gostoso. E o recado para a NFL está dado: The Saints are coming. E está vindo com força. Com a força de um trem que ganha velocidade a cada vitória.

WhoDat!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog