O dia que Patrick Mahomes quase mudou a história do New Orleans Saints

Patrick Mahomes com uniforme do Saints. 
Foi quase.
Patrick Mahomes.

O quarterback, hoje do Kansas City Chiefs, esteve muito perto de ser o futuro do New Orleans Saints. E o futuro do New Orleans Saints esteve muito perto de ser completamente diferente. A historia foi contada por Jeff Duncan e é apresentada agora.

O Draft de 2017 apresentou um dilema para Sean Payton. Enquanto o primeiro round corria na quinta-feira a noite, dia 27 de Abril, a possibilidade de escolher um quarterback com a escolha 11 ficava perto de ser real. Aos poucos, as escolhas apareciam na lista.

Corey Davis foi para Titans na escolha 5;

Jamal Adams para o Jets na 6;

Mike Williams para o Chargers na 7;

Christian McCaffrey para o Panthers na 8;

O dilema começa, precisamente, às 21h12.

Quando o Cincinnati Bengals escolhe o recebedor de Washington John Ross, na escolha 9, Payton percebeu que a chance de usar a escolha de primeira rodada para pegar um quarterback estava, repentinamente, em uma proporção de 50%. E mais. Drew Brees, o quarterback e salvador da franquia, de repente apareceu nas instalações.

Brees e alguns amigos da época de universidade, Jason Loerzel e Ben Smith, tinham terminado uma viagem para praticar caça de Javalis no sul de Louisiana e estavam de volta no Centro de Treinamento, que foi o ponto de encontro escolhido.

Saints War Room: Aonde as escolhas
realmente acontecem
Depois de jantar na cafeteria do time, eles receberam o convite de Payton para visitar o "war room" (a sala aonde são tomadas as decisões para escolha dos jogadores) durante o primeiro round. Eles eram os únicos convidados VIPs naquele dia. Payton ainda convidou os golfistas Jordan Spieth e Ryan Palmer, que estavam na cidade para o torneio "Zurich Classic de New Orleans" e que jogaram com Brees e Payton em um evento amistoso alguns dias antes.

Naquele momento, o Saints estava a uma pick para sua escolha. E os dois alvos mais altos na lista continuavam disponíveis: o CB Marshon Lattimore e o QB Patrick Mahomes.

Com Buffalo no relógio, na escolha 10, e a expectativa que os Bills escolherem um jogador defensivo, Payton de repente percebeu que precisava conversar com seu quarterback (Brees) e mostrar como estavam as coisas. Isso, depois de tudo, era uma situação potencialmente sem precedentes.

Desde que Brees chegou ao Saints, em 2006, o time passou bem longe de quarterbacks nos drafts. Com Brees por perto, o Saints teve o luxo de se concentrar em outras posições no draft. Quarterback nunca foi prioridade. Os únicos dois drafts usados para jogadores da posição foram 2010 (Sean Canfield) e 2015 (Garrett Grayson).

Pegar Mahomes com a escolha 11 era algo realmente diferente. Você não pega um cara tão valioso sem um plano. E o Saints, particularmente Payton, estava animado com o potencial de Mahomes. Ele classificou Mahomes mais alto do que qualquer quarterback visto nos últimos drafts. Tão bom que fez Payton analisar a possibilidade de escolher o atleta na posição 11. Era a primeira vez que o Saints ficava tão perto de um quarterback na era Payton.



"A primeira coisa que se destaca é que esse jogador pode subir, escapar e lançar de qualquer posição", disse Payton há dois anos. "E nós jogamos um jogo imperfeito onde há problemas na proteção. E quando você assiste ele fazendo lançamentos, indo para a esquerda, direita, no pocket, fora do pocket, são lançamentos únicos. E olhe, cara, em uma conferência e em um time onde eles precisavam marcar 45 pontos para ter alguma chance".

Payton sabia que pegar Mahomes podia ser uma escolha que iria alterar a história da franquia. E com seu quarterback sentado na sala, ele sabia que não podia esconder de Brees seu potencial substituto.

"Drew foi ótimo", disse Payton sobre sua conversa com o quarterback. "Isso não perturbou ele. Ele sempre pensou primeiro no time".

Brees já esteve nessa posição antes. Em 2004, apenas três anos após escolher Brees na segunda rodada do draft de 2001, o San Diego Chargers usou a escolha da primeira rodada para pegar Philip Rivers. Dois anos depois, o Chargers decidiu continuar com Rivers e deixar Brees ir para a free agency.

Agora o cenário se apresentava novamente, em New Orleans, 11 anos depois.

"Eu entendi", disse Brees. "Eu sabia que nossos caras amavam Lattimore, mas não sabiam se ele estaria disponível. Então, cara, se Mahomes estivesse na 11 seria difícil não pegar um talento desses. E, ele é um jogador realmente talentoso. Um cara que podia ser o nosso QB no futuro".

E de repente tudo mudou.

O Kansas City Chiefs fez uma troca dando três escolhas do draft para o Buffalo Bills para subir exatamente da escolha 27 para a 10 e pegar Mahomes. Na escolha 11, o Saints agradeceu por poder escolher Lattimore, que no fim venceu o premio de novato defensivo do ano (Defensive Rookie of de Year) e foi convidado para o Pro Bowl.

Mahomes, por sua vez, assumiu a posição de titular em KC na temporada 2018. Ele passou para 14 touchdowns nos primeiros cinco jogos, o número mais alto para um novato na liga, e ficou em segundo em eficiência, com um rating de 112.7. Ele foi comparado com Brett Favre.

Quem sabe o que poderia ter acontecido se o Bills continuasse com a escolha 10 e pegasse Lattimore ao invés de trocar com o Chiefs. Talvez o Saints teria recebido uma proposta irrecusável pela escolha e passasse a chance de pegar Mahomes. Mas todas as indicações era que o Saints escolheria Mahomes. E essa escolha mudaria tudo no time.



A possibilidade de ter Mahomes e Brees na mesma sala é tentadora. Mahomes já provou que não é um prospecto frágil. Ele tem potencial para ser especial. E é até assustador pensar o que o Saints poderia fazer com ele e Sean Payton chamando as jogadas.

Com Mahomes, é difícil saber se Brees estaria quebrando recorde contra o Washington Redskins. É difícil saber se o Saints pagaria um contrato de dois anos e US$50 milhões para Brees ou escolheria começar a buscar retorno no investimento feito por Mahomes. Não da para saber se Brees iria querer continuar em New Orleans nessa situação. Teríamos terminado 11-5 sem Marshon Lattimore? Se não, Drew Brees estaria considerando outras opções para ganhar mais um anel?

E perguntado na última semana se Brees estava OK com a escolha do Mahomes, ele encolheu os ombros e riu: "Claro, desde que ele estivesse OK em sentar no banco por alguns anos".

Por muito pouco, a história do New Orleans Saints não foi diferente. E se seria melhor ou pior, fica na imaginação das pessoas.

Fonte: nola.com

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

DC Ryan ataca o Saints: "Foi uma perda de tempo"