Como Boston Scott se tornou uma escolha do Saints


A primeira vez que Boston Scott tentou jogar futebol americano, sua escola não deixou, porque disseram que ele era muito pequeno para o esporte.

"Ele tentou jogar basquete também", disse a mãe de Scott, Shelly, que lembrou dessa experiência um tanto quanto "engraçada".

Desde então, ficou difícil de ignorar o running back de 1.73 metros de altura, incluindo o New Orleans Saints, que selecionou o jogador de Louisiana Tech na sexta rodada do draft de 2018, como a escolha de número 201.

O Saints o selecionou pela sua habilidade de deslocamento dentro de campo, e a sua habilidade de receber passes. Ele também demonstrou muita habilidade em permanecer de pé, mesmo após receber o contato.

"Eu não sei o que essas estatísticas são, quantas jardas após contato, quantas pessoas ele deixou pra trás, mas foi a habilidade de Boston em conseguir jardas extras  (essa característica faz dele um jogador especial)." Disse o treinador de Louisiana Tech Skip Holtz.

O Pro Football Focus ranqueou Scott em segundo com 3.11 jardas por corrida quando ocorria o contato atrás da linha de scrimmage, ficando atrás somente de Rashaad Penny escolhido na primeira rodada vindo de San Diego State.

Ele também teve uma média de 3.9 jardas após o contato, de acordo com o site. Isso é um adicional a suas 1.047 jardas totais e 8 touchdowns em seu ano como veterano em 2017. Ele também recebeu 20 passes para 181 jardas.

O Saints selecionou Scott um pouco antes de saber sobre a suspensão de 4 jogos de Mark Ingram, o que dará oportunidade para Scott ser utilizado mais vezes.

Seu tempo durante a corrida de 40 jardas durante o Pro Day foi de 4.4 segundos. O seu porte físico é muito parecido com o de Darren Sproles, o qual teve a melhor temporada da sua carreira em 2011, com o Saints.

"Ele é um corredor muito bom, assim como recebe a bola muito bem", disse o técnico Sean Payton. "Ele tem alguma versatilidade".

Scott, assim como muitos jogadores, trabalhou por tudo que conquistou. Mas primeiro, precisava de uma chance.

"Ele sempre foi o cara mais baixinho", disse Neil Winer, treinador de Scott no ensino médio.

Weiner foi o primeiro treinador a colocar Scott como running back, depois que o técnico da 6ª série dizer que ele era muito pequeno para jogar, e seus treinadores da sétima e oitava série o colocaram para jogar na linha defensiva e ofensiva. Fizeram isso para ver o "quão durão ele era" , disse a mãe de Scott.

Scott, que se descreveu como "aquele garotinho que era um pouco atlético", se sobressaiu durante o ensino médio, durante o seu primeiro e segundo ano em Zachary. Lesões de outros running backs de Zacary, deu a ele uma oportunidade entre os titulares, e o garoto jogou como se fosse veterano, correndo para mais de 1000 jardas, 1500 jardas totais e 17 TDs.

No entanto, seu tamanho não permitiu que nenhuma faculdade o oferecesse alguma bolsa.

Ele finalmente conseguiu chamar a atenção dos treinadores de Lousiana Tech. Mas não antes do verão, meses que ele ficou sem assinar com ninguém, Holtz ofereceu uma vaga, mas sem assistência de ensino.

"Eu não me lembro se no final da primavera alguém se transferiu ou alguém que não tirou notas boas", disse Holtz. "Seja o que for, abriu uma vaga, e nós podemos oferecer uma vaga para ele vir fazer um treinamento".

Scott aproveitou ao máximo aquela oportunidade.

"Eu lembro-me de falar com o técnico dos RB Jabar Juluke, aquele jovem garoto, se ele continuar assim, ele vai ganhar uma bolsa aqui", Holtz disse."Eu fiquei muito impressionado com as suas destrezas e a sua habilidade de receber passes vindo de trás."

Ele ficou de fora da temporada de 2013, e jogou pelo scout team. Na outra temporada, ele correu uma vez para 3 jardas. 

Então surgiu uma dificuldade que quase acabou com a sua carreira universitária.

Uma fadiga constante e cãibras inexplicadas durante a primavera, depois de ficar de fora da última temporada fez com que ele deixasse a faculdade temporariamente.

Ele buscou tratamento com vários médicos, incluindo um localizado em Dallas, até que recebeu o diagnóstico de síndrome de fasciculação de cãibras, uma rara condição muscular que causava cãibras, dores, formigamentos e espasmos constantes.

Ele tomou medicamentos para amenizar os sintomas, colocando um fim naquelas dores que sentia só de levantar da cama.

"Depois que ele superou aquilo, ele foi bem em tudo." Shelly Scott disse. "Ele começou a treinar muito, as estatísticas já dizem tudo."

Scott passou a jogar mais a partir daí, e teve uma média de 8.1 jardas em 34 corridas, incluindo um TD de 77 jardas que resolveria a partida para o Bulldogs durante a vitória deles no New Orleans Bowl, que aconteceu no Mercedes Benz Superdome.

No outro ano, a faculdade deu a ele uma bolsa completa, e ele terminou 2016 como o segundo melhor running back da equipe (515 jardas, 7.4 jardas por carregada e 6 TDs).

Então veio a sua temporada como veterano, a qual Scott passou a ser o running back número 1. 

"Só um lembrete", disse Scottt. "Simplesmente trabalhando todos os dias, ficando entusiasmado sobre o que eu faço. Eu só queria jogar com os melhores dos melhores, isso é o que tem me motivado."

O processo pré draft incluiu várias visitas dos técnicos do Saints, uma vez durante o Louisiana Tech Pro Day, onde fizeram ele agarrar alguns passes.

Ele aceitou bem que seria uma escolha de rodadas tardias do draft. No terceiro dia do draft foram realizadas as rodadas quatro a sete. Ele passou aquele dia com uma dúzia de seus amigos e familiares, almoçando e comemorando seus 23 anos em um restaurante japonês em Baton Rouge.

Durante o almoço, as conversas estavam em torno do casamento de Scott que acontecerá dia 30 de junho com Charity Simmons, a qual Scott conheceu quando eles eram estudantes e atletas (ela jogava futebol) em Louisiana Tech.

A televisão no restaurante não estava passando o draft. "Não era sobre esporte, era sobre outra coisa", a mãe de Scott disse.

Também, no restaurante, estava o pai de Boston, Anthony, um homem de 52 anos, que recentemente voltou a andar sem assistência após um derrame em março, que o deixou incapaz de se comunicar verbalmente, e através de quem Scott desenvolveu seu amor pelo futebol americano.

"O pai dele também era jogador, um running back", ela falou sobre Anthony, que teve sua carreira na universidade de Lamar em Beaumont, Texas, teve uma carreira curta devido a lesões. "Ele não conseguiu terminar essa oportunidade."

Algum tempo após o almoço, a família seguiu para lugares diferentes, a noiva de Boston pode ter sido a primeira pessoa a ver que seu noivo tinha sido selecionado pelo Saints no draft. Scottt, então, usou o celular de sua noiva para mandar um print de uma foto dele como sendo a escolha de número 201, e a flor de Lis do Saints atrás.

Até então, quando ele falou com Payton e o General Manager Mickey Loomis por telefone pouco antes da escolha ter sido oficializada, Scott tentou manter sua mente em coisas diferentes ao draft.

Agora, com o Saints, seu foco se estreitou.

Junto com as outras escolhas do Saints desse draft, Boston Scott é uma aposta dos treinadores da equipe. Com Ingram fora das primeiras 4 partidas, ele pode estrear cedo pela equipe. Vamos torcer para que ele possa se parecer bastante com Darren Sproles, e fazer ainda mais história com o Saints, do que Sproles fez aqui. Lembrando também que ele pode fazer uma bela dupla com o nosso Kamaravilha.


Fonte: nola.com

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