O (enorme) impacto do TE Hoomanawanui no ataque do Saints

Hoomanawanui bloqueia e deixa Brees tranquilo no pocket
*Traduzido por Marcelo Afonso da Silva
Algo engraçado aconteceu em algumas situações durante o jogo do Saints contra o Colts há duas semanas em Indianapolis.

O locutor do estádio, Mike Jansen, que é bem conhecido pelos torcedores do Colts pela forma como ele inflama a torcida com o seu famoso “e temos outro FIIIIIRST DOWN para o Indianapolis Colts!!!!”, experimentou alguma dificuldade (assim como a maioria) em pronunciar o nome do novo TE do Saints, Michael HOOMANAWANUI.


Hoomanawanui como muitos fãs do Saints sabem, foi contratado em uma negociação feita há algumas semanas, com o New England Patriots, onde o time cedeu o DE Akiem Hicks - escolha de terceira rodada do Saints no draft de 2012 – em troca do TE de nome complicado. Jansen – no lugar de tentar dizer Hoomanawanui (se pronuncia Hoo-monna-wah-nuey) – ele simplesmente seguiu dizendo “New Orleans número #84”.

“PASSE COMPLETO PARA O NEW ORLEANS NÚMERO #84!”
“TOUCHDOWN! DREW BRESS EM PASSE COMPLETO PARA O NÚMERO #84!”

Enquanto os repórteres, setoristas e torcedores do Saints que viajaram para Indianapolis achavam até certo ponto engraçado o fato de o locutor do estádio ter essa dificuldade, isso de fato é um problema que os oponentes do Saints terão – porque Hoomanawanui está se tornando um fator importante no ataque do Saints, após o que pudemos acompanhar no jogo contra o Colts.
Contra Indianapolis, Hoomanawanui jogou praticamente o mesmo número de snaps que Hicks jogou em três jogos com o time do Patriots.

“Hoo-man”, apelido que foi adotado pelos companheiros de time, participou de 51 snaps somente contra o Colts, enquanto Hicks jogou apenas 56 snaps em três jogos.

Mas essa não é a grande história relativa à participação do TE no jogo.



Como foi observado por Nick Underhill (do New Orleans Advocate), Hoomanawanui permitiu ao Saints introduzir um pacote de jogadas onde três TEs participam da jogada junto a um WR e um RB, o que é conhecido como “13 personnel”.

Isso significa, como explicado por Underhill, que isso permitiu ao técnico Sean Payton abrir o playbook – adicionando novas jogadas para o esquema ofensivo, deixando-o mais flexível e mais imprevisível, ajudando a ditar o ritmo das ações contra as defesas dos oponentes.

Contra o Colts, “Hoo-man” recebeu 5 passes para 31 jardas, incluindo um passe para TD de 16 jardas. Comparando, na temporada toda passada com o Patriots, ele recebeu apenas três passes. Não surpreende essas cinco recepções serem o recorde na carreira.

E isso não é tudo o que ele pode fazer!

Em coluna do NOLA.com/The Times Picayune, o setorista Larry Holder disse que Hoomanawanui é um excepcional bloqueador (Hello Jimmy!!!) como pode ser evidenciado nas figuras abaixo, retiradas de uma jogada. Durante o jogo contra o Colts, foram três bloqueios feitos pelo TE que auxiliaram em três grandes jogadas, sendo uma recepção de 47 jardas de Brandin Cooks, uma recepção de 20 jardas de Marques Colston no quarto quarto e uma corrida de 44 jardas de Mark Ingram no segundo quarto.


Abaixo, os bloqueios feitos para proteger Drew Brees nos passes para Cooks (em uma terceira para oito jardas) e Colston, essencialmente ajudaram o Saints a alcançar a vitória no jogo. Notar na segunda imagem (aumentada) que Brees ficou livre no pocket.




É o atleticismo e capacidade de fazer várias coisas diferentes (receber passe, bloquear e servir como um “H-back”) que, de repente, o faz um contribuinte chave para o plano ofensivo do Saints. Deve ter sido exatamente o que Sean Payton imaginou durante o período de treinamentos em West Virginia em agosto (onde houve treinamento conjunto entre Saints e Patriots) para trazer Hoomanawanui à equipe.

“Foi uma visão, do que poderíamos conseguir com Michael (Hoomanawanui), e isso tem que dar certo, o que você vê e o que fazemos é pra dar certo. É o que queremos ser capazes de fazer”, disse Payton sobre ele após o jogo.

“Podemos colocar em prática, uma vez que fechamos o negócio e trouxemos o jogador. Ele veio rapidamente e estudado. Às vezes quando se está nesse ajuste com múltiplos TEs, parece que você consegue acalmar um pouco a parte defensiva, se isso faz sentido. Acho que foi apenas o último no que diz respeito à ordem”.

O que Brees disse a respeito:

“Hooman foi uma grande aquisição. Ele é um cavalo. É duro chegar numa situação como essa, poucas semanas atrás. Nós tentamos lentamente dar a ele mais e mais informações, mas ainda estamos passando muito mais, em termos do jogo aéreo e corrido. Ele realmente tem feito um bom trabalho.”

Underhill ainda faz a observação perspicaz de que também existem outros benefícios de se ter Hoomanawanui em campo.

Ele disse que uma das questões que o Saints tem enfrentado essa temporada é colocar Brandin Cooks livre no fundo do campo.

Quando o Saints está em formação com três recebedores, as defesas estão antecipando as jogadas de passe, o que permite que elas deixem mais jogadores na cobertura. Por conta disso, Cooks, que é o WR mais perigoso da equipe, muitas vezes acaba correndo em rotas deep com dupla cobertura.
Quando o Saints está na sua formação “13 Personnel”, as defesas muitas vezes pensam em corrida e movem oito homens para a linha para proteger contra o avanço de um RB. Isso significa que há menos jogadores na cobertura para auxiliar contra o passe. Foi exatamente o que ocorreu na vitória contra o Colts.

Cooks que era o único WR na jogada, terminou com cobertura simples em uma rota “go” em um play-action fake.

TRADUZINDO: Tendo Hoomanawanui no campo abriu o playbook para Sean Payton – que o utilizará e utilizará Hoomanawanui em todas as rotas possíveis que ele tem.

Por sua parte, com todo o alvoroço em torno de seu desempenho, o humilde e de fala mansa Hoomanawanui teve o seguinte a falar quando questionado:

“É só saber o que fazer, onde quer que eu esteja. Se é um bloqueio na linha ou no backfield, é apenas fazer mais do mesmo e aproveitar toda a oportunidade de fazer meu trabalho. Farei exatamente isso e quero ajudar meu time a vencer. Esse foi meu objetivo em todos os lugares onde joguei. E será meu objetivo enquanto eu estiver jogando.”

Holder adicionou ainda em sua coluna que, como resultado de tudo isso, o Saints sai vencedor dessa negociação com o New England Patriots – considerando que Akiem Hicks não fez muita coisa até o momento.

Não se pode discutir com a lógica de Larry (Holder) nem com a análise de Nick (Underhill).
Entretanto, pode-se adicionar o seguinte: Enquanto Hoomanawanui não pode fazer a torcida  esquecer Jimmy Graham (ou parte dela, pois esse que vos escreve já esqueceu!), sua presença certamente pode faze-la se sentir melhor sobre essa negociação – principalmente se ele continuar causando esse impacto, como foi no jogo contra o Colts.

Neste momento, o gerente geral Mickey Loomis e o técnico Sean Payton podem parecer muito inteligentes com esse bom negócio.

E você torcedor do Saints, poderia aproveitar e treinar a pronuncia “HOO-MONNA-WAH-NUEY”, pois você poderá ter que pronunciar esse nome diversas vezes ao longo da temporada.

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