Enfim o fim

O jogo era no Dome (ok, ultimamente isso não tem sido algo vantajoso), só dependíamos das nossas forças após a boa vitória no último Monday Night Footbal contra o Bears em Chicago e a derrota em casa do Falcons para o Steelers. O adversário era justamente o rival de divisão Atlanta Falcons. O retrospecto da dupla Brees-Payton contra o adversário não poderia ser melhor, com sete vitórias e apenas uma derrota. A vitória nesse jogo combinada com uma possível derrota do Panthers para o Browns (que quase aconteceu!) nos garantiria o título da NFC Sul e a vaga na pós temporada.

Ou seja, tudo conspirava a nosso favor e para deixar a situação ainda mais confortável, em 20 segundos de jogo anotamos a primeiro touchdown após excelente retorno de kick-off de Jalen Saunders (99 jardas) e corrida de 1 jarda do RB Mark Ingram.

Mas aí a carruagem virou abóbora...

O JOGO:

Aquilo que pareceria fácil devido a vantagem conquistada logo no início da partida se tornou algo modorrento, medonho, patético, como tem sido frequente quando o Saints joga no Superdome. Difícil encontrar adjetivos melhores para descrever o que foi a nossa atuação na partida.

Quando já se inicia um jogo anotando um touchdown com uma ótima jogada do time de especialistas, algo raro no Saints, presume-se que o time terá um bom dia. Mas aquela que até então era considerada a pior defesa do campeonato estava em campo para provar o contrário. A ineficiência do ataque comandado por Brees na partida muito se deve à excelente atuação da defesa de Atlanta que pressionou o QB o jogo inteiro, forçou 5 turnovers (3 fumbles, sendo 2 recuperados e 2 interceptações).

Além do touchdown praticamente anotado pelo time de especialistas do Saints, a única pontuação do primeiro quarto foi um field goal de 44 jardas anotado pelo kicker Matt Bryant para o time visitante, que algumas jogadas depois, já no segundo quarto voltava a anotar field goal, desta vez de 50 jardas. Na NFL há um ditado que diz que "time que anota field goal leva touchdown". Essa máxima definitivamente vai por água abaixo quando o jogo é contra o Saints. E como o ataque do Saints não tem conseguido anotar touchdowns e nem field goals jogando em casa, com o cronômetro praticamente zerado, Matt Ryan, na linha de 3 jardas do seu ataque, conseguiu um passe curto para Eric Weems para anotar o touchdown e virar o placar.

O segundo tempo seguiu a mesma toada do primeiro, com punts nas primeiras posses de bola de cada time, mas com o Falcons aumentando a vantagem na sua segunda posse de bola, com o calouro Devonta Freeman correndo 31 jardas para colocar o Falcons com 20-7 no placar. O último quarto se iniciou com a jogada controversa da partida. Passe de Brees recebido por Jimmy Graham na linha de goal e o TE sofreu um fumble recuperado pela defesa de Atlanta. Apesar de as imagens mostrarem claramente que antes de sofrer o turnover a bola sob controle de Graham ter cruzado a linha de goal (touchdown), a marcação de campo foi de fumble e bola para Atlanta. Na posse seguinte o mesmo Jimmy Graham receberia um passe de 4 jardas para anotar o touchdown e recolocar o Saints na partida, 20-14 e apenas uma posse de bola de diferença. Na sequência a defesa fez a sua parte, fazendo com que o Falcons devolvesse a bola para que o ataque pudesse entrar em ação com pouco menos de 3 minutos no relógio, 2 tempos para pedir e o 2 minute warning, uma eternidade quando se tem Drew Brees em campo, ainda mais no Superdome. Ledo engano!!!! Logo na segunda tentativa, Brees lançou para a direita onde o alvo seria Nick Toon. Seria se Robert McClain, CB do Falcons não tivesse interceptado o passe. Na sequência coube ao ataque do Falcons gastar o tempo, forçando o Saints a queimar os tempos. Mais um field goal foi anotado por Matt Bryant e o ataque recebeu a bola com 9 pontos de desvantagem, menos de dois minutos no relógio e sem tempo para pedir. O no huddle do ataque vinha funcionando e em pouco mais de um minuto Brees estava na linha de 12 jardas da defesa do Falcons, quando para completar o péssimo dia em que fora sackado nada mais nada menos do que cinco vezes, o mesmo sofreu um fumble, retornado por Osi Umenyora para "fechar o caixão" do Saints em New Orleans.

DECLARAÇÕES PÓS JOGO:

Sem muito o que explicar e sem o mesmo otimismo normalmente demonstrado, Brees, que completou 30 passes em 47 tentativas para 313 jardas, 1 touchdown e 2 interceptações, disse: "É desapontador saber que com dois jogos restantes nós controlamos nosso próprio destino. Se tivéssemos ganho estaríamos dentro, e não fomos capazes de fazer isso".

"Esse time nunca mais será o mesmo, e essa é a parte dura, quando você batalha com esses caras, constrói uma irmandade e sabe que no próximo ano o time será totalmente diferente. Alguns estarão aqui, outros não. É só a natureza do negócio. Sempre dói quando você não tem a oportunidade de levantar um troféu com todos". Disse Lewis quando perguntado sobre prováveis mudanças no elenco e sem falar sobre a questão envolvendo o "suposto funeral" que seria dado ao Falcons.

Quando perguntado sobre a permanência de Rob Ryan no comando da defesa do Saints, o safety Kenny Vaccaro foi sucinto: "Ele estará conosco".

Junior Gallete fez bom uso do termo utilizado por Keenan Lewis nos dias que antecederam a partida, para retrarar o clima do vestiário após a derrota e a desclassificação: "O sentimento é como se estivéssemos em um funeral agora".

E para completar, o WR Roddy White do Falcons, conhecido por suas declarações sobre a rivalidade, devolveu a provocação de Keenan Lewis sobre o funeral: "Se você fala sobre funerais, prepara o funeral, traz flores e faz todo o necessário, você tem que finalizar o jogo. Hoje, às 15:48, nós acordamos da sepultura. Agora, temos que nos preparar para a próxima semana".

Comentários

Unknown disse…
Patética, esse termo resume bem a temporada do Saints. De contender ao Super Bowl à decepção numa das divisões mais fracas de todos os tempos. O que dizer de um time que cuja ofensive line permite, na partida decisiva, jogando em casa e contra o maior adversário, que seu quarterback apanhe que nem uma puta. Um time que a defesa é como uma mãe para os adversários, seja por terra ou pelo ar. Um time que a despeito dos vários talentos individuais pouquíssimas vezes jogou de forma coesa.
Tirando a boa temporada de Mark Ingran o que tem para se destacar no Saints de 2014? Cooks demonstrou potencial mas saiu de forma precoce, assim como Bird que foi uma aposta muito alta para a defesa que vinha de uma boa temporada no ano anterior. Jimmy Grahan, apesar de liderar o time em recepções, fez uma temporada bem pífia para alguém considerado o melhor tigh end da liga (seu jogo foi afetado pelo imbróglio da renovação?). Brees também esteve bem abaixo (a idade vem chegando) mas há que se levar em conta a falta de tempo no pocket para liderar boa campanhas. Isso só falando dos aspectos mais evidentes, há muitas outras coisas negativas dentro e fora de campo.
O que resta é começar a se planejar para o próximo ano, o Saints vai precisar de muitas mudanças e terá que se virar com um salary cap no limite. Dallas demonstrou que é possível montar uma boa ofensive line a partir das escolhas do draft, espero que New Orleans siga esse mesmo caminho para tentar arrumar o ponto mais fraco desse time.

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