Pós Jogo - Saints 23x26 Rams: Ninguém perde em apenas um erro


A arbitragem errou. E feio. Possivelmente foi uma das piores falhas da arbitragem na história da liga, que interferiu diretamente no jogo e no resultado, mandando o Los Angeles Rams ao Super Bowl. Dito isso, precisamos ser sinceros: O Saints não perdeu por apenas um erro. Várias falhas pequenas levaram ao erro gigante.

Toda a revolta é justa. Eu mesmo não sei se um dia vou superar esse erro da arbitragem. O mais irritante é que era uma falta óbvia, que daria a bola para o Saints a poucas jardas da endzone, em um novo set de downs, com o adversário tendo apenas um timeout e com 1 minuto e 40 segundos no relógio. O Saints poderia comer praticamente todo o tempo antes de chutar o field goal. A falta foi tão grotesca que foi mais de uma. Além de cometer pass interference, o CB Nickell Robey-Coleman ainda acertou Tomylee Lewis no capacete, cometendo também uma falta pessoal.


"Claramente, é uma forma desapontante de perder o jogo", disse Sean Payton no começo de sua entrevista. "Eu acabei de desligar o telefone com Al Riveron (vice-presidente de arbitragem da NFL). Eles explodiram a chamada... Crédito ao Rams, eles fizeram as jogadas necessárias. Eles venceram o jogo. Mas aquela chamada não podia acontecer. Eu acho que vai ser difícil superar. Meu problema com isso é que eu realmente não entendo. Se estivéssemos brincando no quintal de casa, a falta seria chamada. É uma chamada óbvia. E como que dois caras podem olhar isso e ficar com essa decisão. Nós provavelmente nunca vamos superar".


A pior parte é quando Sean Payton diz que os árbitros alegaram que "a bola e o jogador chegaram no mesmo tempo". Algum árbitro falar isso é chamar todo mundo de trouxa. O próprio Robey-Coleman admitiu o erro. "Eu tinha na cabeça que seria marcada a falta, mas eles me disseram que foi incompleto", disse o atleta. "Eu fui a loucura e continuei dizendo que isso foi bom. Acho que se tivesse a falta, eles teriam pontuado na jogada seguinte".

Os jogadores do Saints evitaram falar sobre o tema, mas claro que todos aproveitaram para dar uma cutucada na arbitragem. Mas é claro que alem do problema da arbitragem, o Saints cometeu outros erros. Desistimos de passes curtos para o RB Alvin Kamara cedo demais, não fomos criativos nas corridas, não administramos bem o relógio no último drive do 4º quarto, forçamos em blitz inúteis no fim do jogo... São várias as falhas que você pode colocar na conta do time. Todas menores que o erro da arbitragem, mas que, de alguma forma, teriam evitado esse problema.

"Apesar da chamada ou não chamada da falta, eu sinto que tivemos outras oportunidades que poderíamos ter tirado vantagem", disse Drew Brees. "Eu sinto que (a falta) é algo que eu não posso controlar. E eu gosto de focar no que eu controlo. Tivemos várias coisas que ensaiadas no jogo que poderiam ter mantido o drive vivo, ou gerado mais pontos. Sempre tem esses momentos que depois do jogo, vencendo ou perdendo, você tem a sensação de que teve algumas oportunidades. Em um jogo como esse, cada uma dessas coisas precisa ser contada".

 E ele tem razão. O time, por exemplo, foi incapaz de transformar chegadas à redzone em touchdown. Foram cinco chegadas, dois touchdowns e três field goals. Mesmo na ultima vez que estava na redzone, o drive da chama infame, o relógio foi mal administrado. Com dois minutos no relógio e o adversário com dois tempos para pedir, o Saints deveria ter corrido com a bola três vezes para diminuir o tempo e a chance do Rams parar o cronometro no drive seguinte.

"A jogada inicial era uma corrida", falou Sean Payton sobre o primeiro passe incompleto para Michael Thomas depois do two minutes warning. "Só que o Rams colocou nove jogadores no box para parar a corrida. Por isso mudamos". E a ideia era boa, apenas foi mal executada. No fim da sequência de jogadas, o Saints devolveu a bola para o Rams com 1 minuto e 41 segundos no relógio e um tempo para pedir. Na sequencia tivemos um desempenho defensivo bem ruim, com blitzes óbvias e ineficazes, deixando nossa secundária exposta. Jared Goff fez o Saints pagar.

E na prorrogação, fomos o primeiro time da história recente dos playoffs que teve a primeira bola e não venceu o jogo. Com dificuldades grandes e claras, o Saints mal conseguiu andar em campo e viu sua principal estrela ser protagonista na eliminação. Uma tentativa de passe longo, pressionado, com o braço sendo acertado por Dante Fowler Jr. e a bola, pendurada no ar, ser interceptada.

"É duro. Eu penso que tínhamos a chance de chegar lá e pontuar, fazer o touchdown", disse Brees. "Eles tem um ótimo pass rushing, então eles chegam em você algumas vezes. Você apenas quer ser capaz de evitar jogadas negativas. Você quer fazer a bola sair, ter passes completos, jogadas positivas, mover a bola e as correntes. Infelizmente, você ter seu braço acertado e a bola voando pelo ar dá uma boa chance para que recuperassem a bola".


Agora, e hora de juntar os cacos. Terron Armstead disse que esta chorando há dois dias. Mark Ingram não conseguia falar direito após o jogo. Ben Watson se aposentou com esse gosto ruim na boca e na barriga, afinal sofreu com uma apendicite e não pode jogar.

"É o que é mais duro de você ser eliminado nos playoffs", comentou o punter Thomas Morstead. "Você vai para a reunião de termino de temporada que você não tinha marcada até ontem e sabe que, ao sair dela, esse grupo nunca mais estará junto novamente".

"Isso ainda vai me perturbar por um tempo", disse o linebacker A.J. Klein.

"Nós tivemos o controle por 60 minutos e terminamos com uma derrota na prorrogação", disse o DE Cam Jordan. "Palavras não descrevem isso. Fomos derrotados no fim do dia, então você não tem o direito de reclamar dos 'se', dos 'poderia', dos 'deveria".

"É desapontante", falou Payton. "Cara, eu estou orgulhoso desses caras. Foi uma ótima temporada. É um ótimo grupo que trabalhou muito forte. E você vêm de uma dura derrota como foi no ano passado e luta para colocar o time de volta nessa posição. Na posição de estar dentro das últimas 10 jardas para chegar ao Super Bowl. Eu estou orgulhoso de cada um deles".

"Eu me sinto bem positivo", disse Drew Brees sobre retornar para a próxima temporada. "Eu vou voltar".


No fim do dia, estamos todos orgulhosos. As lágrimas já foram derramadas e cada torcedor ajudou um outro a seca-las. E mesmo quem pareceu forte para consolar outros torcedores, chorou na lavanderia ao chegar em casa. Doeu. Ainda dói e vai continuar doendo por muito tempo. Mas torcer para o New Orleans Saints é assim. Não somos o time mais vitorioso da liga, longe disso. Mas temos a torcida mais apaixonada, com maior paixão. Que faz os times adversários se perderem apenas no grito. Que se abraça e vive intensamente cada vitória e derrota. Que pega o time no colo nas vitórias e nas derrotas.

Pra você que chegou agora, seja bem vindo. Isso é New Orleans Saints.

#WhoDat


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