Pós Jogo - Saints 31x28 Steelers: Ho Ho Home Field Advantage

Mas que baita demonstração de força.

Isso é tudo que eu consigo pensar após essa vitória insana contra o Pittsburgh Steelers por 31-28. Se não bastasse garantir a primeira posição da NFC para os playoffs, o New Orleans Saints mandou um recado para toda a NFL: The Saints are coming. E vem MUITO forte.

Faltando 7 minutos para acabar o jogo, comentei com alguns amigos que não ligaria se o Saints perdesse. Naquele momento, estávamos 4 pontos atrás do Steelers e tínhamos um field goal bloqueado. Lógico que eu estava torcendo e eu queria ganhar. Claro que fiquei nervoso no fim do jogo. Mas naquele momento eu já tinha visto o que queria do Saints. Após três semanas com o ataque tendo dificuldades, Drew Brees e companhia mostraram que ainda estão com algumas cartas na manga e gasolina no tanque para queimar na pós-temporada.

Só que eu estava errado. Na verdade, ainda não tinha visto tudo. A conversão de uma terceira descida para 20 (Sim, VINTE) jardas foi a cereja do bolo para quem ainda tinha alguma dúvida sobre o que o ataque ainda pode produzir.

"A bola era destinada ao Ted e, claro, os outros caras faziam parte de toda a progressão", disse Drew Brees sobre a conversão. "Ele fez um bom trabalho. Ted é um jogador para grandes momentos e, obviamente, um cara que nós podemos contar. Foi uma jogada enorme na partida. Uma grande mudança de momento depois da falta, uma primeira para 20 que não deu certo e segunda para 20 que também não. Ser capaz de converter isso foi enorme".

E quem também foi enorme foi Ted Ginn Junior. Confesso que eu não sabia que amava tanto ele e que sentia tanta falta dele até ontem. O ataque de New Orleans caminhou bem sem o recebedor que não fazia uma temporada boa até a lesão no joelho. Depois de oito semanas, Ted apareceu como alguém que poderia trazer algo que o ataque precisava: explosão. E ele sabia que poderia ser essa faísca ao time.

"Todos nós sabíamos o que estava nos esperando nessa partida", disse Ted Ginn Junior. "Não era sobre meu retorno. Era sobre o time vencer a bola da partida. Foi que fizemos. Fomos lá e vencemos a bola do jogo. Nós jogamos como um time e vencemos juntos. Essa é a parte mais importante".

A influência de Ted Ginn Junior na vitória é inegável. Foi o segundo jogador com mais recepções no time (cinco), terceiro em jardas (74), com direito a uma recepção espetacular próximo à lateral do campo e uma conversão na terceira descida para 20 jardas.

"É ótimo tê-lo de volta", comentou Brees. "Sentimos falta dele. Ele é uma ótima presença como veterano. Eu penso que ele nos da uma boa diversidade no corpo de recebedores. Claro que todo mundo sabe que ele pode correr, mas ele pode fazer várias outras coisas. Ele claramente teve aquela recepção enorme na terceira para 20 e o que mais foi necessário para manter o drive vivo, pontuar e vencer o jogo. É ótimo tê-lo de volta".

"Existe uma presença com ele", disse o técnico Sean Payton. "Ele pode correr, claro. Nós colocamos ele no fundo do campo e um movimento duplo antes, mas não seguramos os bloqueios. Mas sim, ele é uma ameaça. Ele é um cara que todo mundo confia. A chamada da terceira descida, aquela que ele converteu, o lançamento que Drew fez, foi uma boa proteção contra o sack. Foi uma jogada significante".

No ataque, também precisamos destacar o excelente desempenho do recebedor Michael Thomas (11 recepções, 109 jardas e touchdown) e o running back Alvin Kamara (7 corridas, 23 jardas, 2 touchdowns - 4 recepções, 82 jardas).

Já na defesa, a sensação de que voltamos à 2009 fica cada dia reforçada. Pode não ser a que cede menos jardas (apesar de ter sido a que sofreu menos pontos nas ultimas semanas), mas quando você precisa dela, ela resolve. Os turnovers foram precisos, a intensidade também. Mesmo sofrendo com amplo domínio do jogo aéreo do Steelers (Ben Roethlisberger 33/50, 380yds, 3 TDs) a defesa manteve o adversário longe da posição de field goal no último drive. O desempenho fica ainda mais impressionante se você pensar que o Steelers tem o 3º melhor ataque aéreo da liga.

"É disso que nós falamos", disse Von Bell. "Nós queremos o jogo nos nossos ombros. Estamos felizes com a vitória, mas nós precisamos continuar melhorando. Nós apreciamos o momento. Semana a semana, nos preparamos para situações assim. Precisamos estar no nosso melhor nessas situações. Nós dizemos para o time apenas deixar com a gente".

A última jogada, especificamente, diz muito sobre essa defesa. É normal a gente ver jogadores da linha defensiva recuando para proteger passes. Geralmente são os ends, que ficam na ponta da linha. Mas muitos falam sobre o jeito louco de Denis Allen em comandar a defesa e essa maluquice apareceu novamente contra o Steelers. O DT Sheldon Rankins, repetindo o que fez contra o Tampa Bay Buccaneers, recuou para uma marcação zona, leu o passe para o JuJu Smith-Schuster, acertou o tackle e ainda forçou um fumble.

"Eu ainda não consigo acreditar nisso", disse Rankins sobre a jogada. "É algo que nós trabalhamos e treinamos. Ser capaz de fazer isso no jogo e em um momento importante em que precisávamos disso é muito especial".

Mas especial mesmo, Rankins, é esse time. Com a vitória, o New Orleans Saints terá o direito de jogar todas as partidas dos playoffs no Superdome - seja contra quem for. É a primeira vez que o time alcança a seed 1 desde 2009.

"Essas vitórias são viciantes", disse Sean Payton sobre a seed 1. "A emoção depois de uma semana difícil. Ainda há muito o que melhorar. Claramente é mais difícil quando você coloca horas de treino em algo e não tem o feedback imediato com a vitória. Isso deixa tudo mais difícil, mas quando você consegue vencer é difícil tirar essa sensação no início do seu sistema. E isso é algo que esses caras tem lidado muito bem. Aparecendo nas jogadas que precisamos. Nós vencemos jogos de diferentes formas neste ano. Eu estou orgulhoso desse time. Eles mostraram uma grande capacidade de resolver, de lidar com lesões. Nós lidamos com as adversidades que você pode ter durante uma temporada longa e isso é como um segundo passo para chegar. Vencer a divisão é um objetivo que você tem no começo da temporada e isso ajuda a posição final".

"Eu penso que essas coisas que te deixam mais 'cascudo'", disse Drew Brees sobre as formas diferentes de vencer o jogo. "Isso é o que te molda e te enche de confiança e esperança que não importa o que você vai encontrar pela frente, você vai achar uma forma de vencer. Isso vale para todo mundo. Todo mundo está contribuindo. O quarto quarto foi nosso caminho hoje. Nossas ultimas três vitórias foram em um quarto quarto que começamos atrás e vencemos o jogo. Isso é algo que eu amo desse time".

Outside the Dome after the #Saints win ⚜️#ForTheCulture #NOLA ( Via @TakeFoRecords) pic.twitter.com/Z5gJLPwLs5

— New Orleans Saints (@Saints) 24 de dezembro de 2018

Notas:

• RB Mark Ingram anotou o 50º touchdown pelo Saints, batendo Deuce McAllister e se tornando o jogador com mais touchdowns corridos da franquia;
• Wil Lutz acertou o 26º field goal seguido e bateu o record de Morten Andersen, que acertou 25 chutes seguidos entre as temporadas de 1992 e 1993; 
• Apesar de algumas baixas durante o jogo, a linha ofensiva terminou a partida com a formação titular. T Armstead e Ramczyk perderam alguns snaps, mas retornaram em seguida;
• O Saints já anunciou que irá poupar titulares contra o Carolina Panthers na próxima semana. Teddy Bridgewater será o quarterback titular e outros jogadores também serão poupados.

Que todos os torcedores tenham um natal espetacular. E se preparem que 2019 promete começar bem maluco.

WhoDat!