Pós Jogo - Saints 24@23 Ravens: Pitadas de sorte e inconsequência


Como diria Coldplay: "Nobody says it was easy". O New Orleans Saints chega ao recorde de 5-1 em um jogo de absurdos (Tucker errando Extra Point, Crawley defendendo passe...) que mostram algumas coisas, mas principalmente que o Saints é realmente forte.
Vamos começar pelo fim. O kicker do Baltimore Ravens, Justin Tucker, NUNCA tinha perdido um Extra Point (XP). Só que um time também é feito de sorte, de sobrenatural, milagres... enfim. O cara que tinha acertado todos os 222 pontos extras desde que entrou na NFL, errou.



"Quando você joga muito tempo, você tem um chute que gostaria de chutar novamente.", disse Justin Tucker. "Essa noite foi isso para mim. Eu não sei explicar exatamente o que aconteceu, mas no fim eu sinto que eu tirei nossa vitória".

Ok, Tucker. Você pode sentir isso. Mas meu palpite é que outra coisa tirou a vitória de vocês. Forças sobrenaturais.


Agora vamos ao jogo.

Ataque

Mais uma partida perfeita de Drew Brees, que ainda se tornou o terceiro jogador a ganhar de todos os 32 times da NFL. Em um jogo fora de casa, com condições adversas, contra uma defesa que estava 13-0 em partidas em que liderava no halftime e sem ceder touchdowns no segundo tempo nessa temporada. Ao lado do Saints, a estatística de estar 2-121 em partidas que entra no 4º quarto perdendo por 10 pontos ou mais. Foi contra essa situação que Drew Brees, ao pegar o time perdendo por 10 pontos no 4º quarto, operou mais um milagre, que comprova a atuação de forças sobrenaturais no time. Outra prova? A reação de todos após o jogo.

"Ridiculo", técnico do Ravens John Harbaugh;

"Um inferno de quarterback", Terrell Suggs;

"O melhor de todos", S Eric Weddle;

O que mais impressiona nem são os números gerais (22/30 212yds 2TDs), mas sim alguns números e jogadas especificas. Principalmente contra pressão. Todos sabem que a defesa do Ravens é agressiva e vive de colocar pressão no quarterback. Alertamos isso no We Dat Podcast da última semana. Na semana passada, eles conseguiram 11 (ONZE) sacks contra o Tennessee Titans. O desempenho da linha ofensiva foi espetacular como de costume, mas Brees teve uma atuação absurda contra blitz. Foram 11 passes completos de 17 tentados para 114 jardas e um touchdown.

E uma jogada específica chama atenção. Faltando pouco mais de 1 minuto para o fim do 3º quarto. 3ª para 8 jardas. Sob pressão, Brees é obrigado a deslocar para o lado direito por conta da blitz de Tony Jefferson, que se joga para segurar as pernas do quarterback. Caindo, Brees acerta um passe preciso para o WR Michael Thomas que consegue o first down.
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"Ele fez uma grande jogada", disse o técnico Sean Payton. "Era um jogador que não teve bloqueio. Brees tem um trabalho de pés excepcional. É algo que vem ajudando ele muito. E grande parte do seu lado atlético são os ajustes e a habilidade de deslizar um pouco mais".

Uma forma de você conseguir tirar um pouco da pressão é abusando do jogo corrido. O New Orleans correu 39 vezes para 134 jardas. Quem foi uma peça importante nesse esquema foi o outro quarterback, o Taysom Hill. O nosso coringa atuou em várias posições, alinhando também como RB em formação singleback. Correu 6 vezes para 35 jardas e teve diversos bloqueios importantes. No começo do jogo, o time insistiu em correr com a bola. Uma tática que exige paciência para, principalmente, cansar a defesa e possibilitar o espaço encontrado no fim do jogo.

"O plano que foi feito foi executado muito bem pelo Brees", disse o técnico Sean Payton. "Havia, claro, um elemento de paciência, um pouco de correr com a bola, tempo de posse de bola e como nós queríamos chegar na terceira descida".

Defesa

Front 7 bem. Secundária mal. Nada que a gente não esteja muito acostumado. A diferença é que a secundária começa a dar sinais de evolução.

Marshon Lattimore foi pouco exigido. Primeiro, porque estava bem na marcação e segundo porque Flacco sabe que precisa respeitá-lo. Ainda assim, ele teria interceptado o QB do Ravens ainda no primeiro tempo se Marcus Williams não tivesse ido na mesma bola. Eles trombaram e a bola caiu no chão. Em seis bolas que foram em sua direção, ele cedeu apenas uma recepção para 11 jardas e quebrou três passes. Do outro lado, Ken Crawley continua com dificuldades, mas quase teve uma big play ao conseguir dar um soco na bola em um passe longo já no ultimo drive do Ravens. Há evolução, mas ainda assim, ele cedeu algumas recepções.

O que realmente chamou a atenção foi a extrema liberdade encontrada por John Brown no último touchdown do jogo. Com o Safety Marcus Williams machucado, Vonn Bell assumiu a função e falhou em chegar próximo ao recebedor adversário. "Era uma Cover-2 e nós deixamos um cara num buraco", explicou Sean Payton. "Foi uma mau football".

Mesmo com os problemas na secundária, o Saints segurou Flacco para 23/39, 279 jardas e 2 touchdowns. Mesmo jogando um pouco diferente das outras partidas. Fomos menos agressivos do que o normal em blitz e quando Williams se machuca, ficamos muito mais em marcações por zona, tentando diminuir o tamanho do desfalque. Aliás, Sean Payton não deu detalhes da lesão do safety, mas disse que espera que ele se recupere logo.

Já o jogo corrido foi bem controlado (como de costume). Foram 23 corridas para apenas 77 jardas. Média de 3,34 jardas por corrida. Grande parte pela partida excepcional de Demario Davis. Foram 5 tackles e uma assistência, sendo um deles para perda de jardas e grande parte muito próximo da linha de scrimmage.

"Chegando aqui, dissemos 'nós precisamos parar as corridas', e essa foi nossa maior prioridade", disse o DE Alex Okafor. "Depois que a gente parar as corridas, podemos começar a chegar próximo. Eu acho que fomos realmente bem contra a corrida. Eles conseguiram algumas coisas no começo, mas nos recuperamos no fim. E enquanto o pass rush é uma preocupação, nós não conseguimos encostar no QB como queriamos, mas geramos pressão constantemente. É algo que você precisa ver no replay. Quando tivemos a oportunidade, convertemos. E estamos feliz com isso".



O melhor mesmo é que o Saints mostrou mais uma maneira de vencer nessa temporada. Já vencemos jogo dominando em casa, abusando de Thomas + Kamara, caminhando durante a prorrogação, tendo sorte com erros de kicker e agora virando uma desvantagem de 10 pontos no quarto quarto.

"Quanto mais você é testado em batalha, melhor", disse Drew Brees. "Vencer um jogo como esse fora de casa é bom para moldar o estilo desse time. Eu penso que há algo especial nesse time. Somos muito jovens em algumas áreas, mas temos muitos veteranos que já jogaram muitos jogos e venceram muito jogos em outras".

E com o calendário do Saints, batalhas não faltarão. Que o estilo continue sendo moldado como de um time vencedor.

E você? O que achou do jogo?



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#WHODAT

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