TEMPORADA REGULAR 2017: Saints @ Falcons (TNF) - Pós jogo (Semana 14)

Após a excelente vitória no duelo de divisão de domingo sobre o Carolina Panthers, que permitiu que o Saints abrisse um jogo de vantagem sobre o rival, o time viajou até Atlanta para mais um importante duelo de divisão, agora no Thursday Night Football.

Com campanha 9-3, o Saints estava em boas condições de deixar o título da NFC South muito bem encaminhado, contra um Atlanta Falcons com campanha 7-5 e vindo de uma derrota em casa para o Minnesota Vikings, em resumo, seria o jogo para tirar o Falcons da briga pelo título da divisão. Seria!!!

Todos os jogadores listados como questionáveis para o jogo retornaram. Lattimore que havia perdido 2 jogos seguidos, além de quase o jogo todo contra o Washington Redskins foi para o jogo, assim como Mark Ingram (problema no dedo do pé) e Marcus Williams (virilha). Somente Andrus Peat e Coby Fleener ficaram fora da partida.

O jogo começou com o Saints utilizando sua maior arma, o calouro Alvin Kamara, seja em jogadas aéreas ou corridas, e em poucos minutos já estava em boa posição de pontuar, porém uma pancada de capacete contra capacete tirou nosso menino do jogo. Com Kamara fora e Ingram não estando nos seus melhores dias, o jogo corrido ficou bem limitado, e voltamos a ver flashbacks do ataque de 2016, com 35 tentativas de passe contra míseras 15 corridas. E junto com os flashbacks do ataque de 2016 vimos muitas chamadas questionáveis, Brees alternando excelentes passes com passes onde ele parece um calouro assustado fazendo seus primeiros jogos como profissional. Além disso muitas, muitas jogadas de screen que muitas vezes não dão em nada. Brees acertou 26 de 35 passes para 271 jardas, 2 TD e uma interceptação que praticamente selou nossa derrota. Justamente essa interceptação foi um dos momentos onde se pode questioná-lo. Tínhamos algum tempo, estávamos em uma excelente posição de campo, era uma segunda descida e caso não anotássemos o TD, um FG empataria o jogo em 20-20. Então a pergunta que fica é "PARA QUE ANDREW CHRISTOPHER BREES??? PARA QUE FORÇAR UM PASSE NO FUNDO DA ENDZONE PARA UM TE QUE NÃO É NEM DE LONGE UM DOS MELHORES DESSA LIGA E MUITO MENOS DOS MAIS ALTOS, COM MARCAÇÃO DUPLA E MAIS DOIS JOGADORES NA COBERTURA??? Eu, particularmente, sempre fui um fã incondicional e um defensor ferrenho do Brees. Mas ele tem feitos jogos onde fica difícil defender o indefensável. Ele foi um dos responsáveis diretos por essa derrota. Na entrevista pós jogo Brees simplesmente disse "Foi um risco que eu não deveria ter corrido". Muito importante ver que ele tem consciência da besteira que fez e repito, definiu nossa derrota!!!

Primeiro desabafo feito, falemos do grande destaque do ataque na partida, Mike Thomas. O segundo anista fez mais um excelente jogo, tendo 10 recepções para 117 jardas e um TD. Em meio a um ataque cheio de dúvidas no jogo aéreo, ele é a grande certeza, tem sido a bola de segurança, não há quem o marque em jogadas de slant.

Sobre a defesa, nas últimas 3 temporadas era muito fácil falar sobre ela e poderíamos resumir em uma palavra: MÃE!!! Sim, essa defesa era uma mãe para os adversários, quebrando recordes e mais recordes negativos. Mas essa defesa, onde vimos Lattimore nitidamente com limitações e jogando na raça (ele vem de uma forte torção no tornozelo e especificamente ontem tinha um problema de saúde que não havia sido reportado e por isso o vimos tantas vezes no oxigênio), perdemos A.J. Klein e Vaccaro muito cedo na partida e perdemos Hendrickson, comprometendo o pass rush... essa defesa tem sido decente e tem salvo jogos. Lattimore, mesmo com toda a limitação imposta pelos problemas físicos, foi o principal marcador de Julio Jones, principal WR do Falcons e um dos melhores da liga. Não foi um jogo espetacular do nosso calouro, mas diante da situação, ter limitado Jones a 98 jardas e nenhum TD, além de ter conseguido uma interceptação, mostra que mesmo baleado ele é um dos melhores da posição nessa liga.

Os turnovers: foram três interceptações, Lattimore, Williams e Chris Banjo. Infelizmente nosso ataque que anda capenga capitalizou apenas um dos três, no TD anotado por Mike Thomas. Nem a chance de FG com o cronômetro zerando antes do intervalo foi aproveitada (que nos permitiria ir para o intervalo em vantagem de 13-10), por conta de uma falta de formação ilegal devido ao posicionamento do OL Josh LeRibeus. Vencemos a batalha de turnovers, mas de nada adianta vencê-la se o ataque não aproveitar e anotar pontos. 

O ponto negativo sobre a defesa fica por conta das faltas. O Atlanta Falcons teve 26 primeiras descidas conquistadas na partida, e dessas 9 (NOVE!!!!) oriundas de faltas. A defesa cedeu 87 jardas através de faltas e certamente foi uma importante contribuição para a manutenção do Falcons na partida, mesmo no momento onde o Saints tinha a vantagem e poderia ter matado o jogo.

Falando em faltas, não tem como não falar da arbitragem lamentável da partida. Eu não costumo criticar arbitragem, mas quando até os veículos de comunicação locais com seus especialistas descem a lenha nos homens do apito, não podemos deixar de citá-los. Critérios aplicados somente para um lado, um roughing the passes ridículo que resultou em uma das 9 primeiras descidas do Falcons, um facemask não marcado de Desmond Truffant em Michael Thomas, a jogada que fez com que Kamara saísse do jogo por concussão (sim, foi um hit com capacete!!!) entre outras jogadas "estranhas".

Nosso querido head coach. Sean Payton, com a sua tradicional marra, também acabou contribuindo para a nossa derrota. Ele conseguiu causar a última falta do jogo, que deu a primeira descida derradeira ao Falcons. Falcons estava em uma terceira descida longa, poderíamos receber a bola com alguns segundos, talvez o suficiente para tentar ao menos empatar a partida. Mas o seu "piti"na invasão de campo também ajudou a nos ferrar. Impossível ignorar o "WE ASS" de Adrian Peterson para o coach nessa hora. Ele mereceu!

E por fim as lesões e não foram poucas. Kamara (primeiro quarto) e Kelemete (final do segundo quarto) deixaram o jogo com concussão. A.J. Klein e Vaccaro deixaram o jogo, ambos com lesão na virilha (aí acabou com nossa defesa contra corrida). Trey Hendrickson saiu com uma lesão no tornozelo. Vale lembrar que ele já vinha batalhando contra uma lesão no joelho. É o ônus de se jogar duas partidas duríssimas, contra rivais de divisão, em apenas QUATRO dias. Eu sempre fui contra os jogos de quinta-feira e certamente a falta de descanso e preparação (exceto as concussões) contribuíram para as baixas durante o jogo.

O Falcons não fez um grande jogo e mesmo com todos os nossos problemas ao longo da partida, sempre estivemos em condições de vitória. E é por isso que, mesmo com a consciência de que jogar em Atlanta nunca é fácil, eles tem um bom time, com talentos no ataque e defesa e uma derrota não seria nenhum absurdo, ficou o gosto amargo da derrota na madrugada.

Derrota essa que foi causada pelos seguintes fatores: Lesões, arbitragem lamentável, falta de disciplina (nem todas as faltas foram questionáveis, então isso conta e muito!!!) e Drew Brees com sua decisão errada quando tínhamos a condição de decidir o jogo a nosso favor.

O Saints volta a campo somente no dia 17/12, no Superdome contra o New York Jets. O time terá dez dias para juntar os cacos dessa dolorida derrota, tentar recuperar os lesionados, levantar a cabeça e retomar o rumo das vitórias. A disputa na divisão é dura e o time não pode vacilar como vacilou em momentos chave da partida ontem.