Sean Payton sobre CB Breaux: "Fez o melhor teste que já vi"

Talvez você nunca tenha ouvido falar nele até essa offseason. Talvez não... Muito provavelmente. Porém, nos treinos desse ano, o CB Delvin Breaux recebe todos os holofotes. E não merece menos.

"Seu teste foi impressionante" disse o treinador Sean Payton. "Foi o melhor teste de CB que já vi na vida.
Estávamos na temporada passada e as coisas não iam bem. O time não se acertava e sofria com lesões e mais lesões. Sem cornerbacks saudáveis, o Saints chamou alguns jogadores para realizar alguns treinos com o time. Breaux era apenas mais um deles. Nascido em New Orleans, ele estava vindo da desconhecida CFL.

"Eu lembro quando testamos ele. Ele treinou conosco e depois tinha mais nove outros testes agendados" diz Payton. "Quando terminou, nós fizemos de tudo para que ele não deixasse o prédio".

Quando acabou a temporada, Payton sabia que precisava dar mais uma chance ao CB da CFL. E foi no verão norte-americano que ele brilhou. Elogiado por todos, Breaux está muito perto de garantir uma vaga no roster.

"Quando se está no campo é hora de trabalhar e não de conversar" diz Breaux. "As pessoas falam comigo, mas eu simplesmente ignoro e voltar para o huddle. Eles ficam mais frustrados porque eu não estou respondendo".

Quem fala pelo jogador são suas mãos. "Forte" é um termo que não aparece muito entre os cornerbacks, mas Breaux, com 1.85m e 88Kg, tem suas mãos comparadas com a de boxeadores. Os recebedores do time já descobriram que a unica forma de fugir, é antes da linha de scrimmage.

"É um dos CB mais fortes que já enfrentei" diz o WR Josh Morgan. "Você definitivamente precisa manter as mãos dele bem longe. Eu o chamo de "Alicate" (vise grips). Quando coloca as mãos em você, ele te prende como um pitbull. E ele não está te segurando e nem cometendo faltas. É apenas força bruta. É algo muito raro na secundária".

Quando o Saints assinou com Breaux, o plano inicial era usá-lo como reserva de Keenan Lewis e Brandon Browner. Até o final do minicamp, Breaux estava trabalhando como nickel titular.

"Ele tem boas habilidades de cobertura", disse o assistente técnico Joe Vitt. "Vai ser um longo aprendizado para ele todas as variações das formações, motions e coisas que ele vai precisar fazer, saindo de conceitos de zona até homem-a-homem. Mas ele tem sido uma ótima surpresa".

"Observando a sua técnica, vendo ele trabalhar todos os dias, você poderia pensar que ele é um veterano de cinco ou seis anos", disse o safety Kenny Vaccaro. "Eu acho que ele vai ser um superstar".

DE QUASE MORTO À JOGADOR DA NFL

Quem vê Breax treinando não sabe das dificuldades pelas quais passou, porém, ao chegar mais perto, a grande cicatriz na região da nuca chama a atenção.

"Isso foi há uns sete ou oito anos atrás" diz o Delvin. "Quando o jogador levantou seu joelho, meu capacete acertou bem alí e levou meu pescoço para trás. Naquele momento, minha vida havia mudado. Eu quebrei meu pescoço".

Mas ele demorou para perceber que isso tinha acontecido. Sem saber como, ele se levantou e caminhou para fora do campo. Depois de sentir muita dor, Breaux pediu que seu pai o levasse ao hospital. E a resposta dos médicos não foi legal.

"Foi tipo: 'Você devia estar morto, cara!'" diz Breaux. "Eu estava deitado na cama e falei 'Eu devia estar...' e antes de terminar, o doutor respondeu 'morto! Você poderia estar morto'".

Foram três anos sem poder jogar. Neste período, ele tentou entrar na LSU, mas não foi liberado clinicamente para os testes. Ele chegou a estudar para ser treinador, mas desistiu após uma semana. "Eu estava ficando depressivo em ver todos aqueles caras competindo e pensando que podia estar competindo com eles. Então preferi desistir".

Nisso, ele começou o caminho para a NFL da forma mais difícil. Assinou com o time semi-profissional Louisiana Bayou Vipers e depois com o New Orleans Voodoo para a Arena Football League. Logo em seguida, ele fez alguns testes para a Canadian Football League e recebeu proposta de contrato do Hamilton Tiger Cats.

"Lembro que liguei para a minha noiva e disse: 'Baby! Nós conseguimos! Nós conseguimos! Hamilton acabou de me ligar e me oferecer uma vaga! Querem que eu vá e comece a jogar imediatamente!' E ela respondia: 'Que?! Não to acreditando!'".

E foi lá que Breaux virou uma estrela. Ser eleito para o time dos melhores da CFL chamou a atenção da NFL. Ele fez 15 testes para a maior liga de futebol americano e tinha mais três agendados. Quando testou para o Saints, o técnico Sean Payton disse na hora que queria assinar com ele.

"Acordar todo o dia e ver que sou um jogador profissional do New Orleans Saints, o time da cidade que nasci, é sensacional, cara! Meu pai me disse outro dia: 'Eu acho que você é a única pessoa que continuou lutando quando todo mundo falava não. E as crianças estão indo te assistir. Você vai ter uma história, você vai fazer um filme, você vai escrever livros, apenas por causa do fato de que você nunca desistiu'. É uma bênção que eu possa realmente estar aqui com esses caras e ser capaz de ter a oportunidade que esses caras me dão de apenas fazer o que eu amo. Basta fazer o que eu amo. E eu não posso esperar para jogar".

A história de Delvin Breaux já virou vídeo. O Bleacher Report colocou Breaux e pessoas próximas para contar tudo isso. Acompanhe o vídeo abaixo.


Toda sorte do mundo pra você, Breaux!

WhoDat!

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